16 de jun. de 2009

e a música já dizia...

Querida irmã,
antes de mais nada saiba que te amo também,
loucamente, respondendo ao seu post anterior.
E peço desculpas por não comentá-lo diretamente,
mas é que hoje só tenho cabeça para o que se segue...

Não sei se você se lembra dos nossos tempos de infãncia
onde a lei que imperava era a famosa "lei de chico de brito"
ou em outras palavras, "escreveu, não leu, o pau comeu",
onde crianças eram apenas crianças,
e tinham que respeitar os mais velhos,
onde um simples par de olhos arregalados
já funcionava como aviso e era suficiente
para a gente saber o que NÃO fazer.
E obedecíamos, resignadas, por vezes insatisfeitas,
mas felizes na segurança de um amor
que sabia dizer não e que isso era para o bem.
E te digo hoje, e acho que concorda comigo,
que a dita lei não nos tornou seres complexados,
traumatizados ou com qualquer tipo de desajuste social,
muito pelo contrário, pois nos considero
com onomatopéias e tudo,
pessoas muito bem resolvidas,
graças a Deus e a nossos pais.
Digo isso porque observo já há tempos
uma certa tendência a permissividade,
vamos chamar assim, por parte de pais,
educadores, psicólogos e afins.
Desde que me tornei mãe, sempre tive como
uma das maiores preocupações a questão
de saber educar na base do diálogo, sem palmadas,
tendo em vista que estou lidando com outro ser humano
que, como todos, merece respeito, amor e coisetal.
Mas posso dizer também, após cinco anos no cargo,
e sem férias, que de vez em quando a velha e boa lei
se faz necessária. Não que eu ache que a criança
precisa de peia, por assim dizer,
não vamos banalizar a coisa.
Mas acredito firmemente que a maior prova de amor
que posso dar a meu filho é ensiná-lo a respeitar certos limites,
pra que a própria vida não se encarregue da função,
mais tarde, quando ele já estiver adulto,
visto que aí a peia é muito mais dolorosa.
No fim das contas, é de pequenino que se torce o pepino, sim.
Nem que pra isso eu precise deixá-lo sem NENHUM brinquedo
durante uma semana, sem televisão, computador e tudo mais.
E em último caso, se o cidadão AINDA tiver coragem
de rosnar (!) pra mim como um selvagem de cara franzida,
eu não hesitaria em dar-lhe uma boa palmada, ou duas,
mesmo que isso contrarie avós, tios e simpatizantes.
Pois posso afirmar com segurança que a melhor
psicologia infantil é descoberta e aplicada ali,
no grosso dos dias, a gente só aprende vivendo.
Duvido que haja por aí um único cidadão nesse mundo
de meu Deus que tenha conseguido sobreviver
a uma criança de cinco anos, endiabrada,
sem recorrer a qualquer tipo de castigo
ou algum resquício da antiga lei.
É justamente por serem 'cristais' que sabem a que vieram,
têem um entendimento maior das coisas e tiram proveito disso,
não vamos subestimar nossas crianças.
E ao meu ver, isso só aumenta
a responsabilidade materna de orientar
e (tentar) direcionar para o bem todo esse potencial.
Porque uma coisa é certa, acredite:
crianças serão sempre crianças por mais evoluídas que sejam,
e o papel dos pais é sempre o de educar e impor limites,
desde que o mundo é mundo que é assim.
Bem sei que elas tem muito a nos ensinar, e quero aprender.
Mas eu aprendo com meu filho enquanto mostro pra ele
que todos os nossos atos tem consequencias, aqui, ali ou acolá,
e que não é porque ele é pequeno que pode tudo.
Tenho plena consciência das consequencias dos meus atos
como mãe, tudo na vida é escolha.
E eu escolho as críticas sem medo, se a recompensa
pelo meu esforço for um cidadão bem preparado pra vida.
Certeza absoluta que a criança emburrada
e de cara feia de hoje será o adulto
equilibrado de amanhã e com ótimas lembranças
e histórias pra contar, assim como nós.
Te digo tudo isso com a clareza mental,
o coração tranquilo e a confiança cega
de quem age por amor.
E tenho dito.

"...pois ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais..."

2 comentários:

Nina disse...

Isa, vc escreve a sua irma? eu acho isso bonito, mas nao entendi ainda, vou ler um pouco mais pra entender...

mas me detive nesse post lindo. qd vc lembra da infancia, amo aquele lugar sabe?

passei so pra te agradecer o fato de ser seguidora do bloguinho :) mas gostei mt da atitude como mae, na verdade, amei!

apanhei mt qd menina, MUITO mesmo, hj tenho dois filhos, bato nao, nunca bati porque acho a linha entre uma palmada e um espancamento realmente mt tênue, mas limite é bom e necessário! ponho de castigo, converso, e fico até sem falar ate que moleque se conserte...

mas com 5 anos, isa, acredite, eles ainda sao uns santos... me diziam isso e eu nao acreditava, agora os meus sao adolescentes, 12 e 14 anos, o de 12, menina!!! dificil viu?
mas o amor tem que estar presente, e é isso que mais conta.

Um beijo grande

Letícia disse...

Concordo com tuuuuuuudo!
Você tem meu apoio incondicional, flor! Sempre!
Vamo botá esses meninos pra prestar atenção na vida enquanto é tempo, senão a vida mostra da forma mais dolorosa a eles o que dev(iam)em fazer... Melhor que sejamos nós, e que seja agora.
Te amo!
Beijocas!!!