23 de dez. de 2014

Uma reflexão de fim de ano.

Irmã,
há tempos queria escrever aqui de novo... tanta coisa
acontecendo na vida e a gente vai deixando os escritos
pra depois. Whatsapp taí e o blog vai ficando obsoleto.
Mas hoje eu me motivei.

Esses dias tenho visto muitos amigos lamentando
no facebook a quantidade de divórcios que aconteceram
esse ano. Não me manifestei, faço parte da estatística.
Observei a polêmica que a notícia causou.
Mas a coisa culminou ontem com uma grande comoção
em torno da separação do Tim Burton e da Helena Boham
Carter e eu vi minha timeline virar um drama geral de fãs
incrédulos. Um verdadeiro luto coletivo.
Um obituário do fim do matrimônio alheio.
E eu só tenho vontade de dizer: Minha gente, não lamentem.
Tentem mudar o ponto de vista.

As coisas findam.
Pessoas se casam todos os dias.
Pessoas se separam todas os dias.
E divórcios não necessariamente são ruins.
As pessoas mudam, a vida muda, o mundo muda,
o amor se transforma. Isso é renovação.
É ter coragem de sair da zona de conforto
e fazer diferente, abrir espaço pro novo. Crescer.
De que adianta continuar numa situação se ela
não te faz mais feliz? Porque as pessoas acham que
não dá pra ser feliz sozinho? (Eu já acho o contrário,
não dá pra ser feliz a dois se você não sabe ser feliz
com você mesmo.)

Porque tanta lamúria em torno disso?
Casamentos podem ser incrivelmente felizes e um dia terminarem, felizes.
A frase é clichê, mas é a mais pura verdade,
'não é porque acabou que não deu certo.'
É preciso quebrar paradigmas,
mudar a maneira de ver as coisas.
Como diria Oswald de Andrade,
'é preciso ver com olhos livres.'
A vida pode surpreender a gente.

As dores passam. Sempre passam.
Todo fim é um novo começo.
Toda saída é uma entrada para um novo lugar.
É a descoberta de um novo tempo.
Um novo ano, novas alegrias.
Possibilidades, gosto dessa palavra.

A vida é cíclica e aí mora a beleza das coisas.
Renascer.

"Não morreria por nada deste mundo,
Porque eu gosto realmente é de viver.
Nem de amores eu morreria,
Porque eu gosto mesmo é de viver deles."

- Leila Diniz


Leila, musa.