31 de mar. de 2009

dialética

Ai meu Deus, ai meu Deus.
Acabo de vir de uma visita
ao teu orkut, fotos de demolição.

Sei muito bem irmã,
do falso valor das coisas materiais,
sei que não devemos ter apegos
e não quero tê-los.
Você bem sabe que sei.
Mas sofro.
Pelo nosso quintal,
pelas nossas árvores
e flores de jasmim...
Sofro com a saudade de tudo
de bom que vivemos ali.
Sinto falta da minha goiabeira,
de subir no telhado.
Sei que podemos (e vamos)
fazer em qualquer outro lugar
o que foi feito lá.
E sei também que devo
ser agradecida pelo
privilégio de ter habitado
aquele local, ao invés de
lamentar a perda.
E de fato sou extremamente grata,
até porque muito do que sou
veio daquelas terras.
Sim, eu sei de tudo isso.

Mas sofro mesmo assim.



Isso tudo porque ontem eu tava sensível

e ainda fui ouvir Cartola e Vinícius,
vi as fotos e fazendo minhas as tuas palavras,
acabei virando ameba, uma ameba torta,
empenada, chorosa, nada lépida...

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